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Sunday, February 26, 2012

A palavra é prata. O silêncio é ouro!

"A palavra é prata. O silêncio é ouro!" É um provérbio chinês. Bastante sábio!

Recentemente, tive uma forte experiência com o silêncio. Há um mês, participei de um curso de meditação, de onze dias de duração. Durante o período do curso, os alunos ficam hospedados na escola e devem observar uma pequena lista de regras que fazem parte do aprendizado. Uma das regras é manter o Nobre Silêncio. Claro, é permitido conversar, ao pé do ouvido, com os professores e com o gerente do alojamento, em caso de dúvidas ou problemas. E só.

Por dez dias, a rotina dos estudantes é levantar às 4 da manhã e estar no salão de meditação às 4:30h. Às 6:30h, o café da manhã é servido. Nova sessão de meditação das 8:00h às 11:00h. Descanso, almoço e todos voltam ao salão para meditar às 13:00h. Alguns têm permissão para meditar em seus próprios quartos. Novo descanso para um lanche entre 17:00h e 18:00h e então assistimos à uma palestra e meditamos por mais uma hora e meia. O dia termina às nove da noite. Para recomeçar às 4 horas da manhã seguinte.

É uma rotina de 12 horas de prática de meditação, em completo silêncio, a maior parte do tempo. E, os que me conhecem, vão ficar chocados ao saber que gostei muito! Me identifiquei bastante com a técnica budista chamada Vipassana. E, surpreendentemente, vi prazer em ficar em silêncio, sem a obrigação social de engajar em conversação com estranhos. Achei a experiência bastante libertadora!

No último dia, conhecido como o "dia da conversa", o Nobre Silêncio é substituído pelo que deveria ser Nobre Discurso. Os professores entendem que os alunos, ou a maioria deles, precisam de um 'bálsamo' depois de tanto tempo sem conversar antes de voltar ao cotidiano, às suas vidas normais. E eu tenho que admitir que é estranho passar dias e até dividir o mesmo quarto com pessoas que você não pode sequer dar um "bom dia" ou dizer "obrigada" por alguma gentileza como segurar a porta aberta pra você passar, por exemplo. Então, no último dia, aproveitei a chance para "me redimir" e agradecer às gentilezas (por segurar a porta, por me passar a faca de passar manteiga no pão, por esperar eu me arrumar na cama antes de apagar a luz etc). E tive a sorte de fazer três novas amigas! :-) Mas, também tive a infelicidade de me aborrecer com o "Pobre Discurso" de algumas outras pessoas. Senti falta do Nobre Silêncio! E entendi a importância dele para que os alunos pudessem se concentrar nas aulas e se dedicar à meditação, sem a interferência causada por comentários ou histórias ou até discussões.

Todas as técnicas de meditação prometem basicamente o mesmo resultado: tranqüilidade e calma mental e emocional, equilíbrio e lucidez. No reino do silêncio, experimentei um pouco disso tudo. E dei ainda mais importância à palavra, que, na minha opinião, só deve ser dita quando for mais nobre que o silêncio!

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